Escrevo esse texto inspirada na brincadeira que tem sido um sucesso aqui em casa. Ver as crianças montarem e desmontarem o Lego com tamanha facilidade me inspirou nessa reflexão. Achei pertinente ser esse o texto de estreia da nova identidade visual do Janelas!

No Lego, quando ligamos pecinha por pecinha, uma torre sobe. Essa torre vira uma casa, que com uma nova peça, vira chaminé. A chaminé que o Papai Noel usa.
Colocam-se umas rodinhas, a torre se transforma num carro.
Separa por cor, separa por formato, olha! Um olho! Que vira um monstrinho, que se separa para virar um carro, um segundo carro.
Montamos nossa vida como se monta um Lego. Às vezes não sabemos qual peça vai aonde, qual se encaixa ou mesmo como se encaixa, mas para o jogo continuar, ligamos uma peça a outra, e com paciência e esperança, as peças se transformam em algo.
Por vezes, terminamos de montar e parece que não virou nada, não sabemos se é um cachorro ou se é um cavalo, ou mesmo se há como nomear aquele monte de peças desconexas, mas que estão agrupadas.
Desmontamos, peça por peça e guardamos. Esperamos, descansamos, e, no dia seguinte, abrimos a caixa e retiramos as peças. E, como se num passe de mágica, as peças se encaixam diferentemente, o desenho fica mais harmônico, a escolha dos formatos das peças fica mais fácil.
Na vida, muitas vezes precisamos apenas de uma boa noite de sono, para fazer com que as ideias se assentem, que as emoções se solidifiquem, que abra espaço para a razão.
Monta mais casa, monta um menino, monta um robô. Desfaz casa, desfaz menino, desfaz robô e peça por peça, são colocadas dentro de uma caixa que, então, é guardada.
O tempo passa, e nas tentativas, entre erros e acertos, pecinhas caem, pecinhas são perdidas e a caixa, que abre e se fecha todo dia parece igual, mas os encaixes são tão diferentes.
A casa, que tinha uma torre, passa a ter duas, o robô agora tem contornos melhores, enxerga-se o cachorro e não um cavalo.
Pedimos ajuda e, numa colinha do manual, aprendemos a fazer um telefone todo coordenado, com as cores certas e os encaixes perfeitos. É o trocar figurinhas (ou seriam pecinhas?)
A destreza na escolha das peças melhora e agora há até planejamento na execução, uma visão mais clara do que se quer. Usamos os encaixes anteriores que funcionaram, as combinações das cores agora ficam mais bonitas.
Por vezes o projeto se altera na hora da execução, é preciso improviso, jogo de cintura, mas continuamos a montar o Lego, peça por peça, para o jogo continuar.
Dia seguinte, pega caixa, abre caixa, e monta-se e remonta-se novamente. Constrói-se mais a cada dia, entre melhorias, alguns defeitos, refaz-se um pouco, e vai crescendo.
A vida se constrói entre mudanças e reajustes de projeto, mas sempre subindo uma torre, construindo uma ideia, e montando e reajustando e planejando.
Assim é o Janelas, agora repaginado, de visual novo, pronto para outras peças e novos encaixes, mas nunca finalizado pois sempre disposto a melhorar. Espero que gostem!
Adorei a analogia da vida com as peças de Lego! É bem isso mesmo!
Parabéns pelo texto. Leve como sempre e traz a beleza da construção de uma vida. Somos todos peças animadas de lego, que se animam a cada boa leitura como esta.