Entrada #10: Você tem o seu Terceiro Lugar?
Se você não tem ou se desconhece o que estou falando, essa teoria social de 1980, mas que muito bem poderia ser de 2024, é para você.
Há quem goste de um encontro com as amigas numa tarde para um café, outros preferem uma cervejinha gelada e petiscos num boteco após o expediente, tem o pessoal que se reúne para o beach tenis, os grupos de corrida na rua, os alunos das aulas de cerâmica.
E o que todas essas pessoas têm em comum? Elas têm um Terceiro Lugar para chamar de seu.
Lá na década de 80, o sociólogo americano chamado Ray Oldenburg criou a Teoria do Terceiro Lugar. Ele definiu o Third Place como um espaço público onde é possível encontrar, regularmente, conhecidos e conhecer novas pessoas, sendo que nesse local os frequentadores possuem uma atividade ou interesse em comum.
Esse lugar não é a sua casa, que seria o Primeiro Lugar, e, também, não é o seu local de trabalho (aqui podemos incluir a escola), que seria o Segundo Lugar.
Os Terceiros Lugares são informais, por vezes despretensiosos, como uma quadra de futebol, cafés, bares, clubes, igreja, bibliotecas e praças que permitem uma convivência social significativa e de qualidade.
Aquelas pessoas que vão ao crossfit, a sua avó que tem seu grupo de oração, os meninos do bairro que se reúnem no campinho, a turma que sai de bike pela cidade... Todos esses estão frequentando seu terceiro lugar. É uma riqueza social imensa!
São oportunidades para relaxar, trocar ideias e experiências, ajudar um ao outro que esteja passando por um momento mais difícil. Criam-se laços, o estresse diminui, o senso de pertencimento aumenta e uma comunidade se fortalece.
Há quem diga que esses Terceiros Lugares estão em declínio. Realmente, passamos por tempos em que o recomendado era a distância social e o isolamento em casa. Foram tempos sombrios, mas que nos deu material para reflexões e reavaliação do que é importante para nós e para nós enquanto membros da sociedade. Estaríamos frente a maior oportunidade de resgate dos Terceiros Lugares?
Ser prudente é o ideal então, mais que válido nos atentarmos para escorregões que podem nos afastar desse estilo de convivência. Os idosos, por exemplo, facilmente ficam sem o Segundo e sem o Terceiro Lugar. E as crianças, principalmente os pequenos, precisam, mais do que ninguém, das lições de como se portar e conviver com outras pessoas.
Por outro lado, estamos vivendo a fase do retorno dos encontros com os amigos com mais frequência, de frequentar a academia, de retomar os grupos de trabalho voluntário, de tomar uma cerveja depois do trabalho.
Aliado aos avanços tecnológicos, podemos pensar no nascimento do Terceiro Lugar Digital. Ele é um acréscimo – leia novamente pois não é uma substituição - fantástico capaz de reunir pessoas com interesses ás vezes bem específicos e de locais muito afastados um aos outros. É difícil encontrar quem tenha tanto interesse por bueiros, por exemplo.
Toda essa Teoria do Terceiro Lugar foi escrita no livro The Great Good Place, publicado em 1989. A boa notícia para os leitores assíduos é que esse livro ganhará uma edição nova e revisitada. É o The Great Good Place: Havens and Hangouts at the Heart of Community, com previsão de lançamento para 2025.
Fica aqui um convite para lerem comigo, assim que publicado. Tenho a sensação de que ainda nos depararemos muito com essa teoria.
E falando em leituras, pego o gancho na escrita, e que, talvez, você, assim como eu, possa ter um Quarto Lugar. Eu tenho o Janelas, esse espaço que a cada dia me orgulho mais em criar, que acordo e durmo pensando em ideias, histórias, reflexões. Finalizo o texto de hoje agradecendo você, meu Leitor, que me visita, de tempos em tempos aqui, no meu Quarto Lugar.
Esse texto somente foi possível graças a um artigo que recebi do meu pai e que me inspirou. Obrigada, pai!
Se você tiver um assunto, uma reflexão ou um tema que gostaria de ver por aqui, me escreva. Vou adorar!
Li, Vi e Ouvi.
Indo na linha de alguns newsletters que assino aqui, resolvi copiar essa ideia já que achei deveras interessante.
Sou sempre a favor de explorarmos outras fontes de conhecimento, cultura, distrações. Então, iniciando hoje, ao final dos meus textos, pretendo incluir o VI, Ouvi e Li, indicações do que li, ouvi e vi nos últimos tempos.
Pedi, na minha conta do Instagram, algumas dicas de podcasts novos aos meus seguidores já que estava um pouco cansada dos meus podcastes regulares. Dentre vários, a Rádio Novelo Apresenta foi mencionada por algumas pessoas. É o meu mais novo vício. De tão mirabolante esse episódio abaixo, ele parece até ficção. Não deixem de ouvir!
Ficou curioso com a história dos bueiros? Tem, também, a da adoção de pombos. Tudo nesse episódio da Radio Novelo Apresenta (não falei que estava viciada?!):
Não conhecia essa teoria! Faz mto sentido e sinto mta falta disso! Interessante linkar isso para as mães “recém nascidas”! Ficamos sem o segundo e o terceiro lugar por um bom tempo! Posso dizer que agora, depois de quase 03 anos é que estou voltando pra esse lugar!
Adorei o texto e amei a dica do final do texto!!! Eu já escutei a Rádio Novelo, sobre o caso Angela! Vou ouvir as suas indicações!!!
Não conhecia essa teoria. Como ela é importante! Acredito que o terceiro espaço é um verdadeiro bote salva vidas para aqueles que, como eu, estão em transição de fases da vida, precisando fincar um dos pés em algo para não se deixar levar por completo pelas mudanças necessárias e impostas