Já reparam nos astros da Esquadrilha da Fumaça?
É incrível assisti-los. Eles são determinados nos trajetos, seus movimentos são calculados, certeiros e precisos. As acrobacias, então, são de tirar o fôlego, é como se a adrenalina que os pilotos sentem fossem transmitidas a plateia e todos ficam em sintonia, e vivendo intensamente aqueles minutos.
De intensidade, tirei umas férias forçadas.
Férias da minha escrita, desse meu hobby, desse meu mundo particular.
Em quantidade de dias, pode-se dizer que foram bastantes, cerca de 20, o que significa dizer que foram de duas Entradas do Janelas de que me ausentei, o que considero muito. Bem mais do que gostaria.
Não estive na Disney, nem na Toscana, nem mesmo em terras vizinhas à minha. Quisera eu ter visitado mais páginas de livros, ter sido aquela observadora anônima das histórias, ou mesmo assistido as encenações pelos telões do cinema.
Mas não.
Essas minhas férias foram internas, particulares, submersas, introspectivas. E repentinas.
Foi preciso esse hiato no calendário para retomar contato comigo mesma, realinhar prioridades, organizar projetos, revisitar ideias, e colocar ordem na bagunça que se alojou na minha cuca.
Às vezes precisamos dessa faxina.
Foi bom? Foi ótimo.
A criatividade precisa encontrar espaço disponível. Se ela não localiza umas brechas dentro dos pensamentos para se alojar ou, se não consegue se esgueirar nas visões que o olho abre para a vida, ela não aparece. Fica lá, tímida, apagada.
Nessas férias, fui buscar a leveza, que há tempos anda fugindo de mim, está com medo, acanhada, com as tantas expectativas que nela recaem. Sinto que me reaproximei dela, veremos!
Quero me sentir como os astros da Esquadrilha da Fumaça: determinados em suas trajetórias e precisos em seus movimentos. Quero a coragem com que se aventuram, e quero a diversão das acrobacias. É para brincar com o perigo que se é viver, e flutuar no movimento do ar, com leveza para o que há de vir.
Minhas férias forçadas aconteceram e irão acontecer novamente, isso é certo. Para a vida ser leve é preciso trabalhar na leveza com que se encara o dia a dia, e isso requer esforço, reflexões e pausas.
Mas agora já peguei carona na fumaça dos astros. Estou de volta.
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