Querido Leitor,
você gosta de viajar? Pois eu amo. Amo tanto que precisei colocar em palavras.
Espero que goste da leitura.
Até a próxima!
Isadora
Ah...as viagens! Imagino o tanto que esse tema já foi objeto de reflexões, textos, cartas, poemas... Talvez porque viajar refresca a mente, renova as ideias, traz suspiros de leveza e, por isso tudo, temos vontade de falar a respeito.
E o que é viajar?
Viajar é dar uma nova chance a experiências ainda não testadas, comidas ainda não provadas. É aquele ventinho que ainda não passou pelos cabelos, o nascer do sol ainda não visto, sentimentos e emoções que ainda não brotaram.
As viagens nos dão a visão de bifurcações, nos trazem a oportunidade de enfrentar medos, de rever ideias e projetos, de dar passos a caminho do horizonte.
Começa assim: uma vontade, uma ideia e uma expectativa que vão crescendo. Então, surge uma conversa, que leva a diálogos, que leva a perguntas e pesquisas. E surgem problemas, imprevistos, falta dinheiro, sobram atividades e passeios.
E quando a viagem é agendada, passagem em mãos, a viagem já está pronta na alma, impressa com o destino e com os sonhos quase já realizados.
Durante a viagem, tudo é possível. Nos damos a chance de sermos aquela versão que nos traz mais orgulho. Podemos ser mais genuínos, soltos, autênticos. Nos reinventamos e testamos facetas de nós mesmo, sem medo do estranhamento alheio. De repente, o paladar tem menos frescura, as pernas aguentam uma quilometragem maior, o sono demora para chegar. Somos todos poliglotas.
Pensamos menos, absorvemos mais. O andar fica dançante e as falas, musicais. E as ideias... ah elas ficam tão claras, tão palpáveis, quase ao alcance de nossas mãos.
E assim, os dias passam rapidamente, até que se chega ao fim daquela temporada e é hora de fazer as malas.
A mala da ida foi com muita bagagem, eram roupas, sapatos, cosméticos, fraldas, expectativas, casacos, roupas de banho, remédios, documentos, desejos, roteiros, energia.
Mas a mala da volta é mais robusta. Ela tem memórias, souvenirs, recordações, fotos, cicatrizes, alegrias, diálogos, experiências, novas cores, novos sons. O excesso de peso dela tem explicação: ela carrega mais vida, daquela vivida.
Assim como a mala, o viajante que foi voltou uma outra pessoa. Depois de ver paisagens novas, provar sabores recombinados, e de falar com estranhos, ele sai de um makeover danado. Nessa sua versão repaginada, ele tem mais empatia, mais sabedoria, sua mente se exercitou, seu coração está mais leve.
Uns dias se passam, a saudade aparece e a pergunta ressurge: vamos viajar?
Sim, quando o assunto é viagem, lembro sempre de duas grandes amigas, Nivia e Carla. São fascinadas por conhecer o mundo, vivem para preparar o destino seguinte. Sempre me surpreendem, fazendo passeios que eu jamais imaginaria para elas. Elas ganham de mim nesta paixão e agora já sei que você também ganha. Falei estes dias de Londres por aqui e esta é minha grande paixão. Conheci em 2010, retornei em 2012 e brinco que fui londrina em outra vida.